Museu
para crianças
Era uma vez um Lactário, um lugar que dava apoio às famílias mais pobres no início do século passado. Tal como o nome indica, no Lactário era distribuído leite às mães e aos bebés que dele necessitavam.
Além disso, fazia-se um acompanhamento da saúde das crianças e ensinava-se as mães a cuidar dos seus filhos. Dito de outra forma, era como se o Lactário fosse o colo de toda uma cidade.
E esta é a sua história.
Há muitos, muitos anos, mais de cem anos, havia em Lisboa muita pobreza. As famílias não tinham dinheiro para dar comida ou comprar roupa para os seus filhos e as casas onde viviam não tinham sequer casas de banho.
Um senhor, chamado Rodrigo Aboim Ascensão, quis ajudar estas crianças pobres porque acreditava que todos mereciam crescer com boas condições de alimentação e de saúde.
Por isso, criou um sítio para apoiar estas crianças e as suas famílias. Esse sítio chamava-se Lactário.
Neste lugar, ajudavam-se crianças e mães de várias formas. Umas delas, era disponibilizando leite, um alimento tão importante para uma infância saudável.
Para conseguir dar leite a quem dele precisava, Rodrigo Aboim Ascensão decidiu comprar algumas vacas e construir uma vacaria para as criar, no bairro de Alfama. Para cuidar das vacas, chamou um vaqueiro, que lhes dava comida, tratava delas e lhes tirava o leite.
Depois de ordenhadas, o leite era colocado em garrafas de vidro, e estava pronto para as mães dos meninos e meninas o levarem para as suas casas. Mas nem todas as famílias viviam perto do Lactário. Por isso, havia uma carroça que distribuía o leite noutras zonas de Lisboa.
Nessa altura, ir ao médico também custava muito dinheiro, e estas famílias não tinham condições para levar os filhos aos hospitais.
Foi por isso que Rodrigo Aboim Ascensão decidiu criar, no Lactário, um consultório onde as crianças podiam ter consultas gratuitamente. Uma vez por semana, um médico avaliava a saúde das crianças, tratava-as e definia quanto leite elas deviam beber por dia para serem mais saudáveis.
Para cuidar da saúde dos bebés, havia também incubadoras. As incubadoras são aparelhos que ajudam bebés muito pequenos, que nasceram antes do tempo, a crescer de forma saudável, até poderem ir para casa com as mães.
No Lactário, havia também um balneário-escola onde as mães podiam fazer a higiene dos seus filhos. Aqui havia enfermeiras que ensinavam estas mães a fazer coisas importantes, como dar banho às crianças, secá-las e vesti-las.
Além das enfermeiras, havia também outras senhoras que ajudavam e que se chamavam Protetoras Assistentes.
Estas senhoras iam a casa das mães ensiná-las a tomar conta dos bebés. Além de todas estas ajudas, as mães podiam também recolher roupa, cobertores e sapatos para as crianças.
O Lactário foi muito importante para a saúde de muitos bebés e crianças, que com o apoio deste lugar, cresceram saudáveis e com melhores condições. Aqui, foram ajudadas 16 mil crianças, distribuídos 4 milhões de litros de leite, doadas mais de 10 mil peças de roupa e foram feitas mais de 100 mil consultas. Agora, já não há leite no Lactário, mas há uma creche e um Museu.
Passaporte Escolar
O Museu do Lactário é, desde Maio de 2022, parceiro do Passaporte Escolar. Marcação de visitas através do endereço museudolactario@fasl.org.pt, para garantir que o transporte das crianças, alunos e professores é assegurado pela Câmara Municipal de Lisboa no âmbito do programa.